Diante de várias tentativas de obrigar a direção do Clube Santamariense Caixeiral a reconstruir o telhado, que desabou em parte em 2018, a prefeitura entrou na Justiça e obteve uma liminar determinando a entidade a reconstruir o telhado original. O pedido foi feito pela prefeitura diante do risco de desabamento de parte da estrutura do prédio tombado, o que pode colocar em risco quem passa em frente ao clube, num dos pontos mais movimentados do Centro.
A liminar foi assinada pela juíza Fabiane Borges Saraiva, da 1ª Vara Cível. Na decisão, ela determina que o clube, no prazo de 10 dias e sob pena de multa diária de R$ 100, realize a imediata retirada do telhado original restante no imóvel, construa um novo telhado, apresente um laudo técnico para certificação da estabilidade estrutural do restante do prédio, desligue água e luz do imóvel e retire objetos de valor artístico de seu interior.
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Segundo a prefeitura, foi preciso ingressar com essa ação judicial porque a direção do Caixeiral não havia atendido aos pedidos feitos pelo Executivo municipal para consertar o telhado e garantir condições de segurança ao prédio, que está colocando em risco a população. Devido à queda de reboco sobre a Rua Alberto Pasqualini e o risco de colapso do restante do telhado, a prefeitura cita que a Defesa Civil fez vistorias na edificação e exigiu, em 2020 e 2021, que o clube colocasse tapumes para isolar a fachada e a lateral. Como o Caixeiral nada fez, o município teve de interditar parcialmente, com fitas, a calçada em frente e ao lado do prédio. Diante de o risco prosseguir, o Executivo entrou com a ação na Justiça e obteve, agora, a liminar.
Num dos trechos da decisão, a juíza cita um documento da prefeitura, que descreve a situação: "o prédio sofre, há, pelo menos dois anos, de progressiva degradação física - estrutural e estilística - em virtude da condição de abandono, sem ações de conservação e manutenção que lhe são devidas. Tal condição agrava-se quando do arruinamento parcial da cobertura, com primeiro ato, ainda no ano de 2018, atingindo condição preocupante a partir dos sucessivos eventos recentes de fortes ventos, seguidos de chuvas, típicos desses dias de verão. O que se vê, assim, é uma edificação em condição no limite do admissível, representando risco iminente não só a integridade do imóvel como à vizinhança construída e aos transeuntes no seu entorno".
O clube tenta vender o prédio, avaliado em pelo menos R$ 10 milhões, para que o novo dono possa recuperá-lo, mas a venda ainda precisa ser aprovada em assembleia. A coluna tentou contato com a direção do Caixeiral, mas ninguém atendeu às ligações na sexta.